Poluentes Orgânicos e Inorgânicos

Poluição é a introdução de substâncias ou energia no ambiente, pelo homem, direta ou indiretamente e que provoca um efeito nocivo ao equilíbrio deste. Ela pode ser atmosférica, hídrica, do solo, sonora, visual, térmica, luminosa ou radioativa. A globalização e a crescente pressão pelo crescimento econômico impulsionam a necessidade de produção de produtos cada vez mais descartáveis. Com isso cresce em paralelo uma preocupação com o que fazer com esses produtos obsoletos. Em grande parte do mundo o descarte correto de todo o tipo de material não é feito de maneira correta, o que leva a uma acumulação em lixões ou vão direto para o mar (o que gera hoje grandes ilhas de lixo encontradas nos oceanos), e consequentemente a uma destruição do equilíbrio desses ecossistemas.

Coleta em área de mangue no ES para quantificar os poluentes advindos do rompimento da barragem de Mariana – MG

Outros tipos de poluição, também bem documentadas, são os efluentes domésticos e industriais. O primeiro se caracteriza principalmente por uma grande carga orgânica e está significativamente presente em lugares com saneamento básico precário (o que ainda é a realidade de muitos brasileiros) levando à eutrofização de corpos d’água e diminuição da biodiversidade.

Já os rejeitos das indústrias, possuem, na maioria das vezes, uma elevada concentração de contaminantes inorgânicos que podem bioacumular e biomagnificar na cadeia trófica. Eventos de maior gravidade, como o rompimento de barragens de mineração, podem levar a uma enorme perda a todo ecossistema afetado e impactos nocivos à fauna, flora e os recursos ecossistêmicos importantes para os trabalhadores locais, sendo assim consideradas tragédias socio-econômico-ambientais.

Amostra orgânica sendo colocada no análisador elementar

A principal técnica empregada pelo LARA para o estudo de poluentes inorgânicos é a Fluorescência de Raio-X (XRF). Através dessa técnica é possível estipular a concentração de diversos elementos da tabela periódica, incluindo os poluentes mais recorrentes e nocivos. Isso nos permite avaliar possíveis contaminações por esses elementos em solos, sedimentos, animais ou plantas. A utilização da técnica de FTIR (Fourier Transform Infrared Spectroscopy), a espectroscopia por infravermelho com transformada de Fourier (MIRS-FTIR), também vem se tornando cada vez mais presente nesse tipo de estudo uma vez que ela permite identificar as ligações moleculares de uma amostra, no caso dos poluentes, permite identificar o tipo de um polímero medido. Sendo os plásticos um dos contaminantes com maior tempo necessário para a degradação na natureza, acaba sendo um material, infelizmente, muito encontrado. 

Já para a poluição orgânica utilizamos as medidas de Análises elementares (Bulk) e de seus compostos orgânicos em razões isotópicas de carbono (δ13C), deutério (δ2H), nitrogênio (ő15N), oxigênio (δ18O) e enxofre (δ34S) e a técnica de CSSI (Compound-Specific Stable Isotope), acoplada a análises orgânicas elementares. Ambas nos permitem identificar, classificar e endereçar a poluição orgânica encontrada em distintas matrizes, o que nos permite dizer sua origem e propor soluções de mitigação.