Radioecologia
É considerada uma área de pesquisa recente, em que gera modelos sobre o acúmulo e a migração de elementos radioativos no meio ambiente. Contudo, também possui a capacidade de conduzir pesquisa nas áreas de ciências ambientais e da vida, rastreando diversos distúrbios globais. Em linhas gerais, seus principais enfoques podem ser classificados como:
Identificar e compreender as fontes, transporte, destino e efeitos de radionuclídeos no meio ambiente;
Conduzir pesquisa na área de ciências ambientais e da vida, usando radionuclídeos como traçadores de processos físicos, químicos, biológicos, geológicos, arqueológicos etc.
Equipamento para medir radiação Alfa.
Radionuclídeos ambientais, conhecidos como Fallout RadioNuclides (FRN), podem ser utilizados como rastreadores ou traçadores, os quais têm se tornado ferramentas tecnológicas extremamente importantes na compreensão de diversos fenômenos da natureza. Sob este ponto de vista, radioisótopos naturais e artificiais têm sido usados no LARA na compreensão de ecossistemas terrestres e aquáticos, da evolução de suas espécies, além da investigação de padrões e frequência de perturbações naturais e impactos antrópicos nestes ecossistemas e suas restaurações. Estes podem ser medidos, por exemplo, através da espectrometria das radiações alfa e gama.
Medidas da radioatividade gama natural, por exemplo, têm formado a base para estudos envolvendo processos atmosféricos, mapeamento litológico de rochas e sedimentos, exploração mineral, transporte de sedimentos (incluindo a compreensão de seus efeitos naturais e impactos tanto sobre a construção quanto a erosão costeira, além da compreensão da evolução de sua ocupação pré-histórica). Radionuclídeos artificiais, por outro lado, têm sido utilizados no estudo de fatores bióticos e abióticos, que atuam sobre nossos ecossistemas naturais e seminaturais, visando compreender, por exemplo, a dinâmica de solo, preservação de recursos hídricos, além de estudos sobre o acúmulo e distribuição de nutrientes vegetais e substâncias radioativas em plantas tropicais e subtropicais.
Medidas da radiação alfa possuem grande aplicabilidade em estudos geocronológicos (tais como a datação de sedimentos, materiais fósseis, corais etc.), podendo ser aplicadas no uso de traçadores isotópicos de diversos processos como diferenciação de massas de água, origem e mistura de águas subterrâneas e de superfície. Em especial, esta técnica possibilita a datação de sedimentos de períodos recentes (últimos 100 anos, sendo um período marcado pelas maiores perturbações de origem antrópica no ambiente, ou seja, poluição), servindo, então, como um complemento para a técnica de AMS.